Naming: como criar nomes de marcas

O ser humano dá nome a tudo, desde os filhos, pets, cidades até objetos, sentimentos e ações. Isso também existe no mundo da criação de marcas. E nesse caso, a palavra utilizada para o processo de nomeação de empresas, produtos, serviços, bem como eventos ou projetos é um correlato em inglês: naming.

Em outras palavras, naming significa nomear em sentido literal. Mas dar nome a algo no universo do marketing não é tão simples assim. Esse é um processo que reúne um conjunto de técnicas para que a criação de marcas resulte em um nome destacado, capaz de ficar na mente das pessoas e ser lembrado por elas. Neste artigo, vamos dar algumas dicas para acertar no naming de uma marca

A busca pela exclusividade 

O processo de naming exige planejamento e criatividade. Lembre-se do seguinte: nomear algo é torná-lo identificável e personalizado. Por isso, o nome ideal para uma marca passa pela exclusividade. Isso significa que a marca leva um nome diferente das demais. Dessa forma, ninguém vai atrás daquele produto, serviço ou empresa por engano. 

No entanto, não basta apenas elaborar algo original. Tem de ser um nome nascido de uma pesquisa profunda sobre o público da marca, o conceito que ela carrega, seus diferenciais, missão, visão e valores e o que ela tem a oferecer ao mercado.

Vejamos um exemplo de criação de nome que faz parte do portfólio da PostOffice. Trata-se do nome da loja online Pig Pega. Este é um nome original e que está diretamente relacionado à história por trás da marca. A Pig Pega é uma loja de roupas infantis e seu nome faz uma associação da brincadeira pique-pega com os cofrinhos em formato de porquinhos. Ou seja, o nome — e consequentemente a logomarca criada — remete a um porquinho que corre atrás de economia. Tudo a ver com a proposta da loja que prega compra consciente de roupas infantis. 

Transmitindo uma mensagem

Um bom nome também pode ser criado a partir da mensagem que se deseja transmitir. Reflita sobre o que a marca quer comunicar e daí pode surgir uma designação forte e instigante. O ideal, no entanto, é deixar alguma margem para que as pessoas se surpreendam. 

Vamos a outro exemplo: a criação do nome da nossa agência, PostOffice. Ela nasceu da união de três amigos que acumulam anos de experiência, cada um na sua área, e que, juntos, deixaram um legado bacana no marketing de uma empresa por onde passaram. Ao se perguntarem sobre o nome que dariam à agência que iam criar, veio a seguinte ideia: 

Cada vez mais a comunicação entre marcas e pessoas é feita por posts. Ao lembrarmos de “post office” (correio em inglês), nos veio à mente todo um universo de significados. Pensamos nas referências às cartas, mesmo no universo digital. Por exemplo, veja como no seu e-mail tem o ícone de uma cartinha. Além de “post” ser uma palavra de fácil entendimento no Brasil, percebemos que “office” também é. Assim, vimos surgir um nome marcante, representativo para o setor em que atuamos e para o nosso público, bem como capaz de inspirar histórias interessantes. Isto é, PostOffice descreve bem a ideia que queremos transmitir, a de que somos como mensageiros das marcas na era da internet.

Fácil de falar e de escrever 

Você não quer que as pessoas se atrapalhem ao falar o nome da sua marca ou ao escrevê-la, não é mesmo? Então, use o processo de naming para encontrar algo que seja simples. Dessa forma, seus clientes não vão esquecer de você.

Quando estiver na etapa de criação, se tiver dúvidas sobre a facilidade da palavra, peça para amigos e familiares pronunciarem e escreverem o nome. Aproveite e preste atenção na sonoridade. E, principalmente, certifique-se de que a escolha é agradável aos ouvidos do seu público-alvo.  

Um nome inventado 

Ele não carregaria, ao surgir, conexão com experiências anteriores. Mas, se bem elaborado, pode ganhar força com o tempo. Mais exclusivo que um nome inventado, impossível

Você conhece a história do nome do famoso — e delicioso — sorvete Häagen-Dazs? A palavra não significa nada! Ela foi iventada em 1960 por Rose Vesel Mattus, esposa do imigrante judeu polonês Reuben Mattus. O casal vivia em Nova York, onde Mattus fabricava sorvete desde criança — nessa época, para ajudar um tio, depois para sua própria empresa. 

O primeiro sorvete que ele fez já na sua sorveteria foi batizado de Senator Frozen. Em seguida, Mattus criou um produto de melhor qualidade e percebeu que precisava de algo para convencer os clientes de que a iguaria valia mais. Foi assim que Rose recorreu a palavras de inspiração dinamarquesa. Esta foi uma forma de homenagear o país nórdico que recebeu bem os judeus refugiados durante a Segunda Guerra Mundial. E claro, uma estratégia para dar um ar mais refinado ao sorvete que ganhou os paladares ao redor do mundo.

Brainstorming de naming

Como dissemos anteriormente, naming não é um processo fácil. Não ache que sua marca vai levar o primeiro nome que vier à cabeça. Você vai precisar pensar, investigar, saber como soa, bem como pesquisar se o nome que mais gostou já existe. Portanto, faça um brainstorming de naming. Pegue um papel e uma caneta — ou utilize o computador, se lhe parecer melhor — e anote todas as possibilidades que surgirem

Leve em consideração, por exemplo, a localização do negócio, seu propósito, o mercado em que vai atuar, o posicionamento, a visão de futuro e assim por diante. Esses aspectos, sem dúvida, vão ajudar no processo de naming. 

Por fim, mas não menos importante, verifique a disponibilidade dos nomes preferidos que acabam de surgir. Sim, isso é fundamental. Lembre-se que todos nós temos muitas referências parecidas e, cada vez mais, é difícil criar algo novo. Aquela ideia que parece genial pode cair por terra em uma primeira busca no Google. Recorra a ele, inclusive, para saber se nasceu uma novidade ou não. Veja, então, se o registro do domínio para um site está disponível no Registro.br. Visite também o site do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) para saber se o caminho está livre para usar o nome escolhido. 

É isso! Boa sorte no seu processo de naming! E, se precisar de ajuda, fale com a gente!

Por Luciano Melo | Strategy Lead da PostOffice

 Crédito das imagens: Freepik Storyset

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